quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A Educação perdendo a importância nos lares brasileiros.


“Menos gastos com educação, mais dispêndio com bens duráveis.”
É assim que começa a matéria que eu li hoje n’O Globo, intitulada “Inflação à brasileira: IPCA ganha nova fórmula de cálculo”

A matéria fala que para 2012 o IBGE está mudando a composição do cálculo do índice oficial de inflação para melhor refletir a nova realidade do consumo das famílias brasileiras.

A reportagem diz ainda que “O computador e o automóvel próprio ganharão espaço e vão pesar mais. Só os veículos passarão de 7,33% para 10,32% do índice oficial de preços. O peso da TV e do computador vai mais que triplicar.”
Por outro lado, “O grupo Educação experimentará a maior queda de peso no índice. O que parece contraditório diante da alta desse grupo em 2011, de 8,09%. Agora, terá sua participação reduzida de 7,21% para 4,37% no índice de preços.”

O que isso tudo quer dizer?
Quer dizer que o gasto médio das famílias brasileiras com educação - onde se inclui além de mensalidades, livros, material escolar, uniformes, e tudo o que é relacionado com educação - que antes se equiparava ao gasto com veículos, foi o que mais perdeu espaço no orçamento familiar. Esta nova realidade mostra que o brasileiro gasta quase 2,5 vezes mais com veículos do que com educação.
Se a inflação de 2011 tivesse sido calculada pela nova metodologia o índice teria ficado em 6,1% e não em 6,5%. Isso se deve principalmente ao fato de que a alta da educação em 2011 ficou bem acima da inflação média, ultrapassando os 8%

E quais os resultados disso tudo?
Para aqueles que acreditam que Só a Educação Salva o Brasil, sua inflação real sempre será maior do que a oficial. E como a pressão inflacionária da educação diminuiu, reajustes de escolas e gastos correlatos chamarão menos a atenção da opinião pública, da mídia e dos governantes, podendo criar uma bola de neve, com altas que podem fugir do controle, desestimulando a continuidade dos estudos.
Para a nossa nação, como não vemos nenhuma contrapartida por parte do poder público de ampliar os investimentos em educação e as políticas públicas correlacionadas, no curto e médio prazo veremos a tendência de o nosso IDH cair ainda mais. Aí de nada adiantará sermos a 6ª ou 5ª maior economia do mundo se nosso nível de educação ficará ainda pior do que Gana e Suazilândia.

E isso tudo segundo o levantamento do IBGE é um retrato mais real do comportamento atual das famílias brasileiras. Isto quer dizer que enquanto nossos pais sonhavam em nos dar todos os estudos que eles não puderam ter, nós agora sonhamos em dar aos nossos filhos a TV, o video-game e o carro zero que a gente não pode ter.

Este comportamento só nos mostra que estamos na contramão de países como a Coréia do Sul, que passaram por guerras, crises econômicas, e fizeram a transição de país subdesenvolvido, para em desenvolvimento e hoje pode ser chamado de país desenvolvido graças a investimentos constantes e estruturados em educação.

A tarefa é árdua, mas nós do Só a Educação Salva o Brasil acreditamos que essa situação pode ser revertida, a fórmula pode ser mais complexa do que parecia, mas as boas iniciativas que nós vez ou outra nos deparamos nos fazem ver um pequeno raio de luz lá no finalzinho do túnel.